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Não muito diferente dos outros setores que se movem pelo mercado econômico, a crise financeira também está afetando o setor imobiliário. No entanto, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Cezário Siqueira Gonçalves Neto, a baixa no mercado é o melhor momento para fazer negócio, em especial para quem está pensando em comprar.
“Como a gente já verificou no mercado regional, é na crise o melhor momento para fazer negócio, pegar um desconto. Você que está com recurso disponível, acesse esse crédito para a compra da casa ou apartamento, porque você vai ganhar lá na frente em economia, mais pra frente o preço desses imóveis vai sofrer uma majoração como consequência do momento econômico em que vivemos”, explicou.
Segundo o presidente, o custo para se viver e para se construir no mercado está mais caro. Isso, obviamente será repassado para o produto assim que ele não tiver mais ônus de dívida referente a empréstimo, financiamento. Então, o comprador final sentirá a alta já no próximo ano.
“Vai acontecer o que aconteceu em anos anteriores, em ciclos anteriores, quando a oferta existia e a demanda não tinha como acessar isso porque não tinha a linha de financiamento. Quando surgiu a linha, o valor do imóvel estoura. Essa é uma história previsível e já foi contada cinco ou seis vezes em nosso mercado”.
Apesar de o cenário acenar um ótimo período para compras, houve uma queda no volume de venda, assim como houve uma redução nos lançamentos de empreendimentos imobiliários de Cuiabá de forma bastante acentuada.
Conforme dados atualizados do Sindusconm, o lançamento e produção de prédios em Cuiabá, entre 2013 e 2014, caiu em 11,86%. Em 2013, foram 59 empreendimentos; já em 2014 o número caiu para 52, produzidos e/ou lançados. Já em unidades, foram 8.812 em 2014 e 8.988 em 2013.
No que diz respeito às casas, ou imóveis horizontais, em 2014 foram lançados quatro empreendimentos e, em 201, foram cinco. Ou seja, houve uma queda de 20%. Em 2013, foram 1.974 unidades e, em 2014, apenas 1.210, impactando uma diferença de 39,70% no total de unidades.
“O impacto é que as empresas que tem obras concluídas com financiamentos de bancos estão vendendo seus estoques para quitar dívidas do financiamento. A partir do momento que as dívidas foram quitadas, os estoques que ficarem sem esse ônus vão ter os valores reajustados, até porque teremos menos oferta de produtos, de imóveis no mercado”, contou o presidente.
O setor já começa sentir os efeitos da situação econômica do país e a situação tende a piorar em 2016 e 2017. “Por isso o preço do imóvel não recuou. Ele cresceu menos que a inflação, a média no país chega a 10% e o valor de imóvel cresceu entre 5,5 % e 6% em média”.
Segundo Cezário, a tendência é que deixem de acompanhar a inflação ou superá-la, como anos anteriores e “também de ter uma valorização muito acentuada”.
“VENDE-SE” EM TODOS OS CANTOS
Não precisa andar muito pela cidade para encontrar diversos imóveis com a placa de “vende-se” ou “aluga-se”. Para Cezário, são dois fatos que interferem nessa situação. Um deles é motivado por aquelas pessoas que construíram para vender e encontram dificuldades para comercializar seus produtos.
“Não pela falta de interessados, mas pela conjuntura de composição de venda. A pessoa tem que ter recurso próprio e tem que conseguir financiamento. Para conseguir comprar um imóvel tem que seguir o processo, cumprir os requisitos, que estão mais difíceis neste momento em que não há liquidez no mercado. Há pouca gente com dinheiro na mão e isso faz com que as pessoas tenham dificuldades para acessar o imóvel”, disse.
O outro ponto seria a dificuldade que muitas pessoas estão passando devido a crise e por isso estão colocando seus patrimônios à venda. “Então, não é só construtor vendendo: são pessoas físicas, pessoas jurídicas que não são do setor, que estão se desfazendo do patrimônio para quitar dívidas com bancos, com credores”.
Cezário ressaltou que estamos vivendo um momento em que não há movimentação de dinheiro na praça, e isso faz com que pessoas se desfaçam dos seus bens. Diante deste cenário, e com uma maior concorrência, fica difícil vender.
“As pessoas param, deixam ou postergam suas decisões de compra. Em outros casos demoram para responder, porque elas não conseguem se planejar financeiramente Aliado a isso, temos uma dificuldade de acesso ao crédito imobiliário por causa das taxas de juros mais elevadas”, explicou o presidente.
EXPECTATIVA DO SETOR
No Sinduscon, a expectativa agora é aguardar que algumas ações surtam efeito para que a disponibilidade de recursos, tanto para quem quer comprar quanto para quem deseja construir.
“A demanda por habitação existe. As pessoas estão morando mal, algumas pessoas moram em áreas de risco, outras com pai e mãe. Elas estão aguardando o melhor momento de compra, que não é necessariamente o melhor preço, mas também o acesso a crédito imobiliário”.
O acesso ao crédito imobiliário é o que manda no processo e não o preço da venda. O que faz o preço da venda é a relação entre oferta e procura. Demanda não é só quem quer, mas quem quer comprar com capacidade de comprar e possibilidade de ter o dinheiro à sua disposição para fazer o negócio, lembrou o presidente.
“Nós só temos um desses três pontos: as pessoas quererem comprar. Elas precisam comprar, mas elas não estão com recursos e não conseguem acessá-lo. São dois problemas. Mas não é falta de pessoas para comprar, e sim falta de pessoas com viabilidade e com possibilidade de comprar”.
Data: 08/09/2015
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