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Um apartamento de alto luxo no Corredor da Vitória, que pode custar até em torno de R$ 20 milhões se for cobertura, uma BMW Série M ao preço de R$ 550 mil ou até mesmo um sofisticadíssimo Bentley, que pode chegar a R$ 3 milhões. Estes são alguns itens que compõem o mercado de alto luxo na Bahia e em todo o País, e que não têm sofrido praticamente nada com a atual crise econômica do País.
Na verdade, dos entrevistados pela Tribuna, a única opinião que ponderou estar sentindo “um pouco” os efeitos da crise veio de Monique Angeli, executiva de vendas da Bentley no Brasil, com quem falamos diretamente de São Paulo. Segundo ela, que vende veículos cujos preços variam de R$ 1,3 milhão a R$ 3 milhões, “a crise acaba nos afetando um pouco, ainda que de forma indireta, pela questão psicológica.”
Monique explica que “independentemente da classe social, o brasileiro sente-se muito preocupado numa ocasião como a atual. No entanto, a alta do dólar é o que mais tem afetado, ainda que não profundamente, nossas vendas.” Mas a Bentley não tem do que se queixar no Brasil: de acordo com informações da executiva, “nossas vendas cresceram bastante em 2014, ano em que comercializamos 20 veículos no País.”
Ela esclarece que, ao contrário do que muitos pensam e embora realmente as maiores vendas se concentrem na região Sudeste, “também vendemos carros para o Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul.”
De um modo geral, os representantes de veículos de luxo confirmam que o mercado não é afetado pela recessão. Alexandre Cabral, gerente de vendas da concessionária BMW Haus, em Salvador, afirma que as vendas, em todo o País, cresceram cerca de 35% este ano, em relação ao mesmo período de 2014, sendo que especificamente em Salvador o aumento da comercialização é de 40%.
“A classe de poder aquisitivo mais alto não se retrai nesses momentos – diz Alexandre Cabral -, mas, pelo contrário, procura aproveitar as melhores oportunidades de venda, que sempre surgem em momentos de crise econômica.”
A BMW Haus comercializa modelos da marca cujos preços vão de R$ 117.950, o mais “barato”, a R$ 550 mil. Conforme o gerente de vendas, a preferência por financiamento é de 50% dos compradores. A outra metade prefere pagar à vista. A concessionária também vende modelos Mini, com preços entre R$ 99.950 e R$ 150 mil, “e as vendas desses caros também têm crescido, e muito, em Salvador”, afirma Alexandre Cabral.
Embora admitindo que, de certa forma, o mercado de imóveis é atingido pela atual crise, Cláudio Cunha, sócio da Brasil Brokers, explica que o mercado de alto luxo “tem uma situação altamente estável, bem definida, o que faz com que as vendas sigam normais, até porque as pessoas vêem esses momentos com boa oportunidade para investir.”
De acordo com Cláudio Cunha, em Salvador um apartamento ao preço em torno de R$ 2 milhões é considerado de luxo, e partir do R$ 3 milhões passa a ser classificado com alto luxo. Mas os preços podem ser bem mais altos: o teto para imóveis de alto luxo pode alcançar entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões, no caso, por exemplo, de um imóvel de cobertura no Corredor da Vitória.
Cláudio Cunha analisa que o comprador de imóveis de luxo e alto luxo geralmente sequer depende de financiamento, “daí que, ao contrário daquele nicho que depende de crediário, com juros altos, esse segmento não é abalado pela crise”.
O economista Armando Avena, por sua vez, sintetiza tudo isso: “Quem tem renda alta não é afetado diretamente pela crise. Aumentos de preços não atingem muito a esta categoria, até porque ela está protegida da inflação através de grandes investimentos. Além disso, essas pessoas sempre são mais resistentes à redução de consumo.”
De acordo com análise do site Brasil Econômico, “a queda da confiança do consumidor em relação à economia, inclusive entre os mais ricos, impacta diversos setores. Porém, o mercado de luxo ainda consegue manter, em 2015, sua constante evolução dos últimos anos. O crescimento real do setor no Brasil será de 4% neste ano, na comparação a 2014, segundo estimativas da Euromonitor, empresa de pesquisa de mercado.”
A análise prossegue informando que “no primeiro trimestre, enquanto a venda de veículos caiu 17% em comparação a igual período do ano passado, algumas marcas de importados não têm do que reclamar. É o caso de duas marcas da Fiat Chrysler Automobiles (FCA): a Dodge, com crescimento de 12,9% e a Jeep, que vendeu 133,6% mais veículos importados do que nos três primeiros meses do ano passado.”
Ainda no segmento de importação de veículos, a Jaguar teve expansão de 43,3% de janeiro a março, a Lamborghini cresceu 50% e a Volvo, 5,2%. Embora entre os brasileiros os carros ocupem o topo do ranking quando o assunto é sofisticação, este não é o único segmento a crescer. Jóias, barcos e jatinhos executivos também entram na lista.
Oura empresa que admite que “o mercado de luxo também está sendo influenciado pelo cenário de crise”, é o Grupo Via Italia, com sede em São Paulo e que representa quatro marcas no Brasil: Ferrari, Maserati, Lamborghini e Rolls-Royce. Conversamos com a direção comercial da Via Italia e eles argumentam que “no caso dos veículos, os últimos relatórios da ABEIFA (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) confirmam a influência da crise.”
Ainda conforme informações da Via Talia, “dos modelos zero quilômetro dessas quatro fabricantes, o mais barato é a Maserati Ghibli, a partir de R$ 590 mil. E o mais caro, o Rolls-Royce Phantom, custa cerca de R$ 4 milhões e 250 mil, valor que pode variar em função da cotação do dólar e dos equipamentos escolhidos na personalização do carro.”
Data: 10/08/2015
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