Inovação dos negócios com imóveis

Quem acaba de completar seis décadas de atuação com administração inovadora e voltada aos clientes é a Brognoli Negócios Imobiliários, de Florianópolis. O empresário Marcelo Brognoli, da segunda geração, que começou na empresa aos 16 anos, está à frente da administração que investe em tecnologia para oferecer qualidade e segurança aos clientes.

 

Como a Brognoli chega aos 60 anos?

 

Com base nos pilares do fundador, o meu pai Thales Brognoli, chegamos aos 60 anos com muita seriedade, muito cuidado com os negócios para que as coisas sejam bem feitas, tudo dentro da lei. Basicamente foi isso que nos trouxe até aqui com segurança. Além disso, meu pai também foi inovador. Com base na atuação dos bancos, ele procurou ter uma agência em cada região. Quando eu assumi a empresa já tínhamos cinco agências. Hoje temos mais. Eu também sempre estive atento à inovação. Somos uma empresa de 60 anos, mas atualizada. Nós sempre procuramos atender as necessidades do cliente, por isso fomos diversificando. Depois vieram as vendas, manutenção e condomínio.

 

Por que a família ingressou no setor imobiliário?

 

Meu avô faleceu repentinamente. Da noite para o dia, meu pai, um jovem advogado, passou a cuidar dos imóveis da família no bairro Estreito, em Florianópolis. Ele era estudioso, se interessou pelo tema e a empresa foi crescendo.

 

A Brognoli é a maior imobiliária do país em total de imóveis numa mesma cidade. Como é essa liderança?

 

A nossa carteira cresceu. Hoje, temos 8 mil imóveis em locação. Isso, numa cidade só, é a maior carteira do Brasil. Temos outras grandes empresas no país que não têm na mesma cidade número semelhante. Algumas estão em várias cidades. Hoje, além da locação, temos uma área importante de administração profissional de condomínios, também vendemos imóveis prontos. Contamos, ainda, com incorpoação, seguros, e uma empresa de manutenção.

 

Qual é o impacto da tecnologia no negócio?

 

Nós usamos a tecnologia, a internet, para interagir com os clientes. Hoje é possível fazer quase tudo pela internet numa operação imobiliária, principalmente na locação de imóveis. A documentação e o contrato são pela internet. O cliente nem precisa vir até a empresa porque nós podemos entregar a ele as chaves. O contrato é enviado pela internet, o cliente imprime, leva no cartório, assina, e manda pelo correio. Essa modernidade que buscamos facilita para o cliente.

 

Nos 60 anos, qual foi o momento mais difícil e o melhor?

 

Tivemos vários momentos difíceis. Mas acredito que foi em 1986 tivemos o congelamento de aluguéis. Na época eu tinha um restaurante. Havia um congelamento oficial, mas que não valia. Eu até fui embora do Brasil, mudei para Portugal com a família. Esse foi o pior momento dos aluguéis, não podia aumentar, mas os custos subiam. Por sorte, nós tínhamos baixo nível de endividamento. Tivemos muitos bons momentos, mas os melhores foram em 2008 e 2009, quando a empresa cresceu mais.

 

Como está sendo preparado o futuro da companhia?

 

Estamos buscando a inovação. Estamos fazendo investimentos em tecnologia, implantando sistema da Totvs, focando todos os setores. O nosso futuro está em manter o negócio atualizado para superar dificuldades do mercado.

 

Por que lançou o Acústico Brognoli?

 

Eu sempre fui muito ligado à música. Comecei a tocar violão cedo e sempre achei que um dia a empresa poderia ter um projeto musical. Quando a Brognoli fez 50 anos fizemos o primeiro acústico para comemorar a data. A aceitação de todos os públicos da empresa e da comunidade foi de 100%. Passamos a fazer sempre. Este ano, fizemos o 11º acústico dia 6 de junho para comemorar os 60 anos da empresa.

 

O senhor preside a Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI). Como está o setor no país?

 

Alguns estrangeiros alertavam sobre o risco de o Brasil ter uma bolha imobiliária. Nunca acreditamos e não tivemos isso. Infelizmente, agora vivemos uma crise econômica com a retração do crédito. Há desemprego das equipes de vendas do setor, novos empreendimentos sendo represado, mesmo que a gente tenha, ainda, um déficit de 8 milhões de imóveis. Eu imagino que vamos ter dificuldades em 2015, vamos esperar que a economia se reorganize. Mas acredito em queda de preço dos imóveis. O que a gente nota é redução no aumento e na velocidade de vendas. Este ano será de dificuldades, em 2016 haverá uma reorganização e o crescimento voltará em 2017.