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Sem dinheiro para manutenção, casarões históricos são abandonados

Sem dinheiro para manutenção, casarões históricos são abandonados
As duas portas onde hoje é vendido  artesanato manual já serviram para a entrada de escravos, que conduziam carruagens,  e para damas da sociedade baiana que iam para os  saraus de poesia no século XVIII. O imponente casarão – com 80 metros de comprimento, dois pavimentos e um sótão, na Rua Alfredo de Brito, no Pelourinho – foi construído entre os anos de 1700 e 1750  com pedras semelhantes às do Convento do Carmo.
 
Em três séculos, desde a sua construção, o imóvel sempre teve representatividade econômica para o Pelourinho como casa de engenho, bordel, pensão, terreiro de candomblé, antiquário e galeria de arte. Mas, há cerca de 10 anos, sem dinheiro para manutenção e obras de reforma, seu potencial perdeu força. 
 
O atual proprietário, Evaldo Oliveira, teve que escorar suas janelas e limitar seu funcionamento à pequena porta principal, onde hoje funciona a venda de colares e anéis. “O custo para fazer manutenção é muito caro. Não tenho condições de reformar o casarão. Dá uma pena ver uma casa desse tamanho sem funcionar direito. É só prejuízo”, lamenta.
 
O estágio de abandono do casarão número 47 não é único. O mais recente levantamento do governo do estado, feito em 2013,  identificou mais de 1.400 imóveis em ruínas, subutilizados e desocupados na área. Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Centro Histórico de Salvador (Acopelô), Lener Cunha,  desde 2004, 94  empresas fecharam no trecho da Rua Chile até o Carmo dentre bares, restaurantes, agências de viagem e turismo. “O alto custo de manutenção  é um dos fatores que encarecem muito o funcionamento dos imóveis enquanto comércio, principalmente aqueles que são tombados, pois há uma exigência maior nas eventuais reformas”.
 
O escritor baiano Jorge Amado (1912-2001) foi um dos entusiastas da casa número 47, quando, a partir de 1982, o espaço abrigou a primeira sede da Associação dos Artistas Plásticos do Centro Histórico. “As cantarias (estruturas que emolduram as portas que são talhadas em pedra) da casa se assemelham às construções antigas de Portugal do mesmo período. Essas pedras são as mesmas usadas em igrejas construídas na época”, explica o restaurador e artista plástico Iraquitan Gomes de Sá. 
 
Nas paredes externas da casa ainda resistem ao tempo braçadeiras de ferro usadas para prender escravos acorrentados, que hoje passam os dias encobertos pelas pranchas de artesanato. O atual proprietário, Evaldo, comprou a casa por 120 mil cruzeiros (o equivalente a R$ 44 mil), mas hoje – se fosse reformada, valeria muito mais. “Se essa casa estivesse em funcionamento poderia ser vendida, certamente, por um valor entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão em função da sua extensão e valor histórico”, estima o corretor de imóveis Paulo Andrade. 
 
O imóvel, que é tombado dentro do Conjunto Arquitetônico do Centro Histórico, hoje tem a vegetação tomando as janelas, que estão fechadas por tapumes. “Nem de longe  lembra o que esse casarão foi, por exemplo, em 1980 quando Sérgio Leão montou ali um dos maiores antiquários da cidade. Vinha gente de toda a Bahia comprar aqui”, lembra o guia turístico e artista plástico Frank Bahia. 
 
Segundo moradores mais antigos do bairro, um dos períodos de maior movimentação no imóvel foi quando, no sótão, a ialorixá Tia Dadinha (já falecida) manteve um terreiro de candomblé. “Outra fase de grande movimentação foi em 1960 quando o casarão abrigou o que se chamava de cortiço e era comandado por uma mulher conhecida como Dona Maura. É um embrião do que hoje seriam os hotéis no Pelourinho”, lamenta Frank. 
 
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) informou, através da assessoria de comunicação,  que a casa  está em processo de desapropriação para restauração. Não há prazo para início de obras.

Data: 29/03/2015

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