Metro quadrado mais caro no Rio está no Leblon; Guaratiba fica em sexto lugar

Levantamento realizado pelo portal VivaReal - o DMI-VivaReal, com análises de valores do ano de 2014 no setor imobiliário - mostra que em 2014, a cidade do Rio de Janeiro apresentou tendência para consolidação da variação nos preço mediano do m² para venda de imóveis, que em 2014 teve alta de +2% - abaixo da taxa de inflação. No entanto, o valor mediano do m² para aluguel valorizou +13%, no mesmo período.

 

Nos meses de janeiro e fevereiro, a variação na cidade para venda de imóvel foi de +2,3% no valor mediano do m² e para aluguel ficou em +2,0% - valores próximos aos índices de inflação acumulados no período (2,5% de IPCA e 1,04% de IGP-M). A análise mostrou também que a capital apresenta o valor mais elevado do m² para aluguel (R$ 44,22/m²) e o segundo mais caro para venda (R$ 7.333,33/m²), atrás apenas de Brasília.

 

O Dados do Mercado Imobiliário (DMI), levantamento anual feito pelo Portal junto à sua base de mais de 3 milhões de classificados, tem o objetivo de analisar o comportamento e variações do mercado imobiliário em 15 cidades do país.

 

No Rio de Janeiro, os cinco bairros com o valor mediano de m² mais caros para venda estão localizados na Zona Sul - Leblon (R$ 23.631,37/m²), Ipanema (R$ 21.092,44/m²), Lagoa (R$ 17.285,71/m²), Jardim Botânico (R$ 16.500/m²) e Gávea (R$ 15.882,35/m²). Já os bairros com maior valorização do m² para venda estão localizados na Zona Oeste - Guaratiba (+44,4%), Realengo (+22,8%) e Vargem Grande (+21,7%). A Zona Norte se destacou por apresentar a valorização de +14,9% no valor mediano do m² para aluguel. 

 

- A previsão é de que a inflação continue crescendo em 2015 e que este fator, juntamente com a elevação na taxa básica de juros, influencie a tomada de crédito. Uma vez que investidores não são mais tão relevantes como parte da busca por imóveis, a demanda significativa é de quem precisa de crédito. Sendo assim, o custo do empréstimo passa a pesar negativamente para a movimentação do mercado, apesar de a demanda seguir em alta no primeiro semestre - analisa Lucas Vargas, vice-presidente comercial do VivaReal.

 

Na região da Ilha do Governador, a valorização do valor mediano do m² para venda ficou em +8,8%. Jardim Guanabara (R$ 5.839,74/m²), Freguesia - Ilha do Governador (R$ 5.567,41/m²), Portuguesa (R$ 5.336,57/m²) e Tauá (R$ 4.853,56/m²) são os bairros com o m² mais caro da região.

 

Ao analisar a oferta e demanda de imóveis é possível notar um desequilíbrio, principalmente em relação à oferta de imóveis para aluguel. Enquanto a demanda para essa finalidade é de 34,3%, a oferta não passa de 6,7% do inventário. No mercado de venda de imóveis, a oferta representa 93,3% e a demanda 65,7%. Também podemos notar uma diferença significativa ao comparar a disponibilidade de imóveis por preço. O maior número de imóveis ofertados está na faixa de R$ 1 milhão (37,5%), mas a demanda por este tipo de imóvel é de apenas 11,1%. A maior demanda é para imóveis de até R$ 350 mil (32,7%), enquanto apenas 2,6% do inventário se encaixa nesta categoria.

 

- Podemos observar que, em termos de variação, os dados são heterogêneos. Isso significa que, para análises sobre preços de imóveis, além dos fatores macroeconômicos, é necessário observar mudanças microeconômicas, como por exemplo, fatores característicos dos bairros, tal qual a chegada de uma nova empresa, que pode influenciar diretamente na alta dos preços - finaliza Lucas Vargas.