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Metas para diminuir o impacto ambiental da construção

O setor de construção civil é grande consumidor de recursos naturais: consome 40% da energia produzida no mundo, 30% da extração de matérias-primas e 25% da água. E é responsável por 25% dos resíduos gerados em todo o mundo. Além disso, dois dos seus principais insumos, o cimento e o aço, são responsáveis por quase 10% das emissões globais de gases de efeito estufa. Em tempos em que a sustentabilidade se tornou mandatória, construir de modo a evitar grandes impactos ambientais, com o correto aproveitamento dos recursos naturais, se tornou mais do que uma ferramenta de marketing: traz um potencial de valorização do imóvel da ordem de 5%, de acordo com o Green Building Council Brasil (GBC-Brasil), entidade que promove a sustentabilidade na construção civil.
 
Em razão disso, os empreendimentos passaram a utilizar tecnologias ambientalmente corretas, gerenciam os resíduos durante a etapa da construção e buscam certificações de construção sustentável. De edifícios de escritórios corporativos a residenciais, passando por shopping centers, supermercados, arenas esportivas e até museus, os dois principais selos de construção verde existentes hoje no mercado brasileiro, Leed e Aqua-HQE, registraram crescimento anual médio acima de 15% desde 2007, quando chegaram ao país. "E um cenário que se consolida ano a ano, porque as empresas percebem as vantagens econômicas da adoção de tecnologias de sustentabilidade na construção", diz Maria Carolina Fujihara, arquiteta do GBC Brasil.
 
A gestora de shoppings Saphyr viu na certificação de sustentabilidade a possibilidade de agregar valor às locações de lojas nos centros comerciais. A empresa acaba de conquistar selos de sustentabilidade para dois empreendimentos: o Shopping Jardim Guadalupe, no Rio de Janeiro, que recebeu o selo Leed (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental), presente em 156 países, e o Shopping Manaus Via Norte, certificado com o selo Aqua-HQE, de origem francesa e concedido pela Fundação Vanzolini, ligada à Universidade de São Paulo (USP).
 
Os dois empreendimentos têm uma série de diferenciais de projeto para consumir menos água e energia elétrica. A água da chuva é captada e tratada internamente para usos não potáveis, como nas descargas, torres de ar- condicionado e para suprir as demandas do paisagismo. Nos horários de pico, a energia é suprida com geração própria, por meio de turbinas a gás natural, o que traz benefícios econômicos (das 18 horas às 20 horas o custo da energia comprada das concessionárias é mais alto) e ambientais, porque o gás natural é um combustível menos poluente do que o carvão das termelétricas.
 
No shopping de Manaus, claraboias permitem a entrada de luz natural e a refração do calor do sol com a utilização de vidros especiais. Estas medidas trouxeram um custo adicional aos empreendimentos da ordem de 5%, mas a expectativa da Saphyr é que o investimento extra seja revertido em menores custos de condomínio para os lojistas, atraindo mais interessados.
 
"O alinhamento com tecnologias, mais eficientes no uso dos recursos naturais trará, para ambos os empreendimentos, um custo de condomínio mais competitivo. Este pilar econômico, além do apelo ambiental, pode atrair mais lojistas e, num segundo momento, até mais consumidores", afirma Paulo Stewart, diretor da Saphyr. Segundo ele, os gastos com energia elétrica respondem por até 40% do condomínio de um shopping center, e as tecnologias ambientais empregadas no Rio e em Manaus vão permitir uma redução entre 25% e 30% no consumo de água e energia.
 
Edifícios com tecnologias sustentáveis têm mostrado que possuem bom apelo comercial. Um exemplo é o Corporate Jardim Botânico, edifício de escritórios em Curitiba que está sendo certificado com o selo Leed. Logo após a conclusão da obra, o edifício de oito pavimentos teve todas as suas unidades locadas, e um dos motivos foi o foco na eficiência energética.
 
"Com sistemas avançados de automação, o empreendimento registrou 28% de redução no consumo de energia em relação aos referenciais da certificação Leed, o que o coloca no patamar dos edifícios inteligentes", afirma Daniel Brum, coordenador de sustentabilidade da Engineering, empresa de engenharia que gerenciou a construção do empreendimento. Brises nas fachadas ajudam a bloquear a incidência da insolação, o que reduz a temperatura interna e o consumo de energia elétrica. Como uma lei de Curitiba prevê a captação de água da chuva, o empreendimento se mostrou eficiente nesse quesito também: obteve redução no consumo de água de 53% em relação ao padrão Leed.
 
A Engineering também trabalhou na coordenação do projeto e da obra do Museu de Arte do Rio (MAR), o primeiro museu da América Latina a conquistar uma certificação Leed. A obra, que fez parte das intervenções no Porto Maravilha, no Rio, representou um desafio: interligar uma construção nova a um prédio do início do século XX, o Palacete D.João VI. "A prefeitura do Rio solicitou, desde o princípio, que o projeto seguisse diretrizes sustentáveis e mostrou o desejo de uma certificação. A partir daí, estabelecemos ferramentas gerenciais para encarar esse desafio", conta Brum.
 
Entre as tecnologias adotadas, há uma cisterna que armazena a água da chuva e depois abastece 100% dos vasos sanitários e mictórios com água de reúso, o que possibilitou uma economia de 40%. Para reduzir a conta de eletricidade em até 12%, foram instalados vidros especiais com uma película que reduz a incidência de luz e calor, conferindo maior conforto térmico ao interior, mas sem dispensar a iluminação natural.
 
Dar uma solução correta para os resíduos gerados pela construção civil é um pilar que as construtoras não podem ignorar. Isso porque a geração de resíduos de construção é a que mais cresce no Brasil: em 2013, foram descartados 42 milhões de toneladas, um aumento I de 4,6% em relação a 2012. Na prática, é como se cada brasileiro produzisse, por dia, 600 gramas de entulho.
 
Os dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Serviços Especiais (Abrelpe), e abrangem apenas os volumes coletados pelas prefeituras nas vias públicas. "Na prática, esse volume tende a ser ainda maior", diz Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, diretor-executivo. Mesmo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, o descarte dos materiais em locais públicos ainda é uma realidade de norte a sul do Brasil. "A lei, sozinha, não produz mudanças. É preciso mais fiscalização do poder público e ações para coibir o descarte irregular desses materiais."
 
A construtora e incorporadora Even, cujos lançamentos imobiliários vêm sendo certificados com o selo Aqua-HQE, tem na gestão de resíduos um dos pilares quando o assunto é sustentabilidade. A empresa ampliou seu programa, cujo foco é reduzir, ano após ano, a geração de entulho, dar destinação final correta e reciclar ou reaproveitar a maior parte das sobras. De 59 mil toneladas de resíduos geradas em 2013, a empresa destinou para a reciclagem 84% desse volume, e a meta para 2014 é alcançar 85% de reaproveitamento. "A busca por soluções para os diferentes resíduos que uma obra produz é constante e inclui parcerias com fornecedores e uma boa dose de inovação", diz Silvio Gava, diretor- executivo de sustentabilidade da Even.
 
As construtoras de menor porte também estão atentas aos benefícios da sustentabilidade. A Tarjab, construtora paulistana de médio porte, com30 anos de mercado e um faturamento anual de R$ 150 milhões, vem incorporando soluções de construção verde em 17 de seus empreendimentos entregues nos últimos cinco anos. As tecnologias variam - vão de simples sensores de presença e fotoelétricos para o acionamento da iluminação nas áreas comuns até o sistema de tratamento e reúso de água nas unidades habitacionais.
 
Neste mês, a empresa vai lançar seu primeiro empreendimento residencial com selo Aqua-HQE, no bairro da Casa Verde, zona norte de São Paulo. "Hoje o cliente já aceita pagar 2% ou 3% a mais por um empreendimento certificado, porque entende que isso vai gerar uma redução nas contas de condomínio, que pode chegar a 40% no consumo de água e 10% no consumo de energia nas áreas comuns", afirma Carlos Borges, presidente- executivo da Tarjab.

Data: 15/10/2014

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