Quer pagar quanto?
Um pouco porque assim é mais gostoso, um pouco para não estourar o orçamento, garimpar móveis e acessórios para a casa nunca esteve tão na moda. O Morar Bem visitou lugares do Rio onde se pode adquirir peças novas por preços mais em conta, e também usadas, seja para reformar ou já restauradas. Lugares onde a negociação direta com os vendedores faz parte do charme da compra.
Em alguns pontos deste mapa da mina, as peças podem ser encomendadas, como os móveis feitos de pallets do Atelier das Caixas, na Cadeg, em Benfica. Em outros, é chegar e levar, a exemplo das feiras Rio Antigo, na Rua do Lavradio, e de Antiguidades da Praça XV, paraísos das relíquias. Ou nas liquidações promovidas por empresas como a "Venda em residência", que auxiliam moradores que querem abrir suas casas para vender tudo o que está dentro.
E tem ainda locais em que as peças não são assim tão baratinhas, mas saem mais em conta que nos shoppings, como os galpões da Balai e da Berrante, em São Cristóvão. No mesmo bairro, tem ainda o galpão do Exército da Salvação, que vende móveis usados e que são disputados quase a tapa por gente que quer dar a eles cara nova.
Lá é possível encomendar armários, mesinhas, aparadores e outros móveis feitos com pallets, além de comprar caixas de feira já lixadas e pintadas. Os preços variam de R$ 20 a R$ 400, mas os irmãos Jandilson e Jefferson Rodrigues, donos do negócio, explicam que depende do pedido e que tudo é negociável. O Atelier fica na Cadeg, o Mercado Municipal do Rio, em Benfica, no setor Caixaria, a céu aberto mesmo. Funciona de segunda a sábado, das 10h às 15h. Encomendas também podem ser feitas pelo Facebook "Atelier das Caixas".
Venda em Residência
A equipe de Beth Borges vai à casa de quem quer se desfazer de todos os móveis e transforma o espaço numa loja. Primeiro, o que será vendido é avaliado e, depois, tudo é catalogado. Os clientes cadastrados são avisados, por e-mail, do local e dia da venda. Os preços variam de acordo com o estado e a qualidade dos produtos, assim como da urgência do dono em vender. Contato: ww.vendaemresidencia.com.
Todos os dias, das 10h às 17h (com intervalo de 12h30m às 13h30m), e aos sábados, das 9h às 13h, o galpão em Benfica abre as portas para vender estantes, mesas, sofás e outras peças doadas. Há móveis em bom estado e outros que precisam de reforma. O dinheiro das vendas vai para programas sociais. Fica na Rua Odilon Benévolo 196, abaixo do viaduto de Benfica, próximo a Manguinhos. A rua é de difícil acesso.
Um pouco porque assim é mais gostoso, um pouco para não estourar o orçamento, garimpar móveis e acessórios para a casa nunca esteve tão na moda.
Um garimpo a céu aberto de móveis e objetos de decoração usados para todos os gostos e bolsos. As peças com design vintage fazem a festa dos "descolados". Mas também tem lojas bacanas, nada empoeiradas, que vendem mobiliário moderno brasileiro. A feira acontece no 1º sábado de cada mês, na Rua do Lavradio, na Lapa, das 10h às 18h30m. Em outubro, entretanto, será no 2º sábado.
Berrante
São duas lojas, uma no Shopping Cidade Copacabana (na Rua Siqueira Campos) e outra em Petrópolis, além do galpão em São Cristóvão, com maior variedade de peças. O acervo, eclético, inclui peças selecionadas Brasil afora e também importadas, além de móveis inspirados em clássicos do design. No galpão, agendar com Lili Câmara, no 99314-7100.
Todo sábado é dia de feira na Praça XV para quem busca móveis, louças, luminárias e até eletrodomésticos vintage (rádios, câmeras fotográficas, telefones). São centenas de produtos que fazem brilhar os olhos de quem ama o passado, bem no Centro do Rio, das 8h às 14h. Dizem que é a maior da América Latina. Os preços variam conforme o estado do produto e o quão exclusivo ele é. E, claro, a pechincha faz parte do negócio.
A loja, com uma pegada oriental, tem unidades na Barra, em Botafogo e em Niterói, mas é no galpão de São Cristóvão que os descontos chegam a 50%. Os preços variam de R$ 29 a R$ 1 mil. Fica na Rua Euclides da Cunha, 246. Telefone: 3214-1900.
GARIMPEIROS NATOS EM AÇÃO
Mario Rogério Costa Sol e sua mulher, Teresa, começaram a comprar móveis em brechós, antiquários e nas liquidações do Venda em Residência há uns cinco anos. Desde então, a casa no Jardim Botânico vai sendo constantemente renovada. Na sala, cadeiras de estilo art nouveau e objetos de porcelana disputam espaço com móveis das décadas de 20 e 30.
- Nestes encontros, onde as pessoas abrem a casa para vender tudo, há móveis de boa qualidade e, muitas vezes, originais, heranças de família. E com preços em conta, pois muitos estão de mudança e têm pressa em vender tudo - afirma o engenheiro.
Mas não são apenas peças grandes que fazem os garimpeiros irem a campo nos lugares alternativos. Enquanto conversa, Teresa mostra as toalhas rendadas e as taças de cristal:
Quem também está sempre atrás de preciosidades é a advogada Claudia Nunes, moradora da Barra, que na última segunda-feira estava encomendando cadeiras num galpão de São Cristóvão.
- Eu gosto de garimpar mesmo. Às vezes, até compro peças prontas, mas quase sempre mando reformar. Mesmo mudando uma coisinha aqui ou outra ali, fica mais em conta porque a estrutura do móvel é muito boa. Acho que vale a pena.
Móvel para a vida toda - e o custo que isso implica - é o contrário do que a mercante Bruna Ramos procura. Ela tentava negociar um desconto no Atelier das Caixas quando foi interrompida pela equipe do Morar Bem:
- Eu vou renovar meu quarto agora, mas a médio prazo sairei da casa dos meus pais, então quero uma peça bacana, porém, sem gastar muito. Por isso vim atrás dos móveis de pallets e caixas, para deixar tudo bonitinho.
Data: 01/10/2014