Basf prevê alta nas vendas da linha imobiliária
A Basf estima crescimento no segundo semestre na venda de tintas imobiliárias em relação à primeira metade de 2014 e expansão no acumulado do ano ante 2013. "Eu me preocupo em relação ao primeiro semestre de 2015, que será um período de ajustes", diz o vice-presidente sênior de tintas e soluções funcionais, automotivo e construção da Basf para América do Sul, Antonio Carlos Lacerda. A fabricante é líder no país com as marcas Suvinil e Glasurit.
Na avaliação do executivo, quando o próximo governo - qualquer que seja - informar seu plano e a agenda para o país, a crise de confiança do consumidor, que impacta, diretamente, o mercado de tintas decorativas, vai diminuir. "Não tenho dúvidas quanto ao potencial do negócio e ao crescimento futuro. Estamos passando por momento difícil que tem relação com a crise de confiança do consumidor", diz.
De janeiro a junho, o mercado de tintas imobiliárias encolheu 1,8%, conforme dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), da qual Lacerda é presidente do conselho. "Houve queda forte em junho. O mês de julho foi melhor, e agosto e setembro estão de acordo com o esperado", diz o executivo.
Inicialmente, a Abrafati esperava alta de 2% no volume comercializado no ano, mas a projeção agora é de crescimento próximo de zero. No segmento de tintas decorativas, o primeiro semestre responde por 40% das vendas, e o segundo, pela fatia de 60%. Cerca de 85% das vendas são direcionadas para o varejo, enquanto os demais 15% são comercializados, diretamente, às construtoras.
Lacerda não informou números referentes ao desempenho de tintas imobiliárias da Basf no primeiro semestre, mas deixou claro que houve "crescimento em receita e um pouquinho em volume". A expansão da receita resultou, principalmente, do aumento de preços realizado no fim de 2013. A Basf também está levando suas marcas a cidades em que ainda não estava presente.
"Em 2014, a Suvinil apresentará um crescimento acima da média do mercado, resultado de ações de excelência operacional desenvolvidas nas unidades produtivas e por iniciativas realizadas junto aos clientes e revendedores da marca", diz Lacerda. Segundo ele, o crescimento da Suvinil será de dois pontos percentuais acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Até o fim deste mês, a Basf definirá os percentuais de alta a serem aplicados nas tintas imobiliárias, neste ano, para compensar o aumento dos custos com insumos - 65% da matéria-prima é dolarizada. "O que acontece com o câmbio tem reflexo direto no custo da matéria-prima", diz Lacerda. Os aumentos de preço vão variar conforme o produto e a região.
Por conta da variação cambial, a Basf perdeu "um pouco" de margem no segmento de tintas decorativas, no primeiro semestre, de acordo com Lacerda. A empresa tem se empenhado para manter as margens, por meio de ganhos de eficiência. Exemplo disso é o investimento de R$ 10 milhões feito, recentemente, na unidade de São Bernardo do Campo (SP) para melhorar a logística. "Queremos reduzir o tempo de carregamento de 4,5 horas para três horas", diz.
As margens têm sido pressionadas também por aumentos reais no custo da mão de obra desde 2004, segundo Lacerda.
O executivo reiterou que este é o momento "mais desafiador" dos seus 30 anos de profissão, mas ponderou que ainda considera o Brasil "viável". "Acredito no Brasil, a Basf acredita no país. Estamos num momento difícil, mas não podemos cair na vala comum de que o Brasil não tem jeito", ressaltou.
Lacerda defende "relações trabalhistas e fiscais menos engessadas", por exemplo, com possibilidade que o horário de trabalho seja mais flexível.
Data: 23/09/2014