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Ajustes para a expansão do setor imobiliário

A equação parece lógica, mas a velha lei da oferta e da procura cisma em regular o mercado a seu bel prazer. Presidente da construtora carioca Carvalho Hosken, Carlos Fernando de Carvalho atrela o sucesso do mercado de habitação à prática de preços acessíveis. O empresário sabe que tentar influenciar os preços dos imóveis é uma tarefa hercúlea, ou mesmo um suicídio comercial, mas acredita que alguns ajustes podem ser feitos para tornamos mais próximos do poder de compra de grande parte da população, ajudando a reduzir o déficit habitacional no País. 
 
Um dos primeiros passos, segundo Carlos Carvalho, é melhorar as condições de financiamento, tanto para quem constrói, quanto para o comprador. Outro entravo está relacionado à infraestrutura pública, como asfaltamento de vias, instalação de iluminação e de sistema de esgoto,que muitas vezes fica a cargo das construtoras.
 
"Isso reflete no preço final pago pelos compradores das unidades A consequência, portanto,é aumento dos preços, o que estreita a faixa de quem pode comprar. Mercado mais preço é o que impulsiona a indústria imobiliária, afirma o empresário Na Barra da Tijuca, temos ainda a chamada 'Lei da Garagem',que obriga â construção de vários subsolos, já que a norma conta a garagem construída acima do térreo como Área Total Edificável,acrescenta.
 
Carlos Carvalho também cita o bairro planejado do Centro Metropolitano, projeto originalmente desenhado por Lúcio Costa e que vem sendo construído pela Carvalho Hosken na Barra da Tijuca. como exemplo clássico de como pequenos ajustes podem formar uma equação melhor para construtoras e compradores finais.Segundo o empresário, previa-se inicialmente no local prédios de 45 a 75 andares. O cone de aproximação do Aeroporto de Jacarepaguá, entretanto, reduziu esse gabarito para cinco andares e em poucas áreas, permitindo até 25 andares.
 
"O potencial construtivo inicial era de mil metros por andar, e foi mantido quando o gabarito foi reduzido. Isso impediu a solução mais lógica, que seria diminuir a altura e aumentar o potencial por andar, o que compensaria era parte a enorme perda de área edificada",explica Carlos Carvalho. "A infraestrutura permaneceu a mesma, com execução por conta do empreendedor. A consequência é que o Centro Metropolitano está sendo desenvolvido como área de grande nobreza. Os preços terão que ser compatíveis". complementa
 
Em relação as moradias populares, o empresário destaca que a esfera pública praticamente trata o tema por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, destinando para esse fim o crédito disponível, tanto na poupança, quanto no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Ele lembra ainda que os esforços governamentais na área de habitação acabaram deixando a classe média de lado.
 
"A última vez que tivemos um programa beneficiando a classe média foi com o BNH", relembra o presidente da Carvalho Hosken, referindo-se ao Banco Nacional da Habitação. "Uma boa maneira para diminuir o déficit da habitação social seria, como já ocorre em outros países, transformar a outorga paga pelo empreendedor em obrigação de construir casas para os mais necessitados",diz."Dessa forma.sefia possível dirigir a outorga e outras obrigações do empreendedor totalmente para a solução do problema habitacional", completa

Data: 18/09/2014

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