Minha Casa, Minha Vida define cenário econômico

O ano começou com incertezas para o mercado imobiliário cearense. O comportamento do segmento em 2013, com a freada na velocidade de vendas dos imóveis e alguns "sustos" na economia, impactaram esta situação. Confirmando algumas previsões, Armando Cavalcante, diretor do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), destacou que 2014 sofreu com os reflexos do ano anterior e sentiu as mudanças do cenário econômico. A ressalva ficou por conta do segmento de imóveis econômicos, que mostrou-se mais resistente à perda de fôlego do mercado.

 

Neste contexto, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, fez a diferença no setor imobiliário. Segundo Marcelo Pizzo, gestor de vendas da MRV Engenharia - líder nacional no mercado de imóveis econômicos -, as facilidades oferecidas através de créditos para financiamento, redução de juros e aumento nos prazos beneficiaram os consumidores das classes com menor poder aquisitivo. O executivo destaca que a aquisição desse tipo de imóvel no mercado cearense, atualmente, é definido pelo limite de valor do MCMV, que é de R$ 170 mil, em Fortaleza e sua Região Metropolitana. "Hoje, o segmento econômico já tem papel de destaque no mercado imobiliário e, a cada ano que passa, aumenta ainda mais sua participação", aponta Pizzo.

 

CONJUNTURA

 

De acordo com especialistas, as unidades econômicas atendem pessoas que estão fazendo sua primeira compra. É o caso de solteiros ou jovens casais que buscam o primeiro imóvel. Nesses casos, as perspectivas econômicas têm um peso menor na decisão de compra. De acordo com a análise de Paulo Angelim, diretor da Viva Imóveis, essa característica do segmento amenizou o impacto da desaceleração de vendas do mercado imobiliário em 2014. "Com certeza, esse setor apresentou maior liquidez de vendas do que a de imóveis para a classe média alta. O segmento não é tão refém do cenário econômico nacional. Esse comprador se pauta pelo emprego, se terá condições de pagar. Já o mercado da classe média alta se rende mais as perspectivas do cenário econômico nacional", avaliou.

 

Angelim concorda que o mercado de imóveis econômicos, de valor até R$ 170.000,00 é, em média, 90% enquadrado pelo MCMV. Mas há outros tipos de possibilidades de habitação - casas ou apartamentos -, que também estão sendo adquiridos pelas pessoas que integram as classes em ascensão no Brasil. "Acima desse valor é considerado supereconômico, que é um degrau superior ao do econômico, mas que ainda é enquadrado no segmento da classe C", afirmou.

 

Por conta dessa facilidade, a MRV tem trabalhado focada nos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida no Ceará (faixa 2). Conforme Pizzo, no Estado, cerca de 95% dos produtos da construtora tem unidades enquadradas no programa. "O mercado de imóveis econômicos ainda tem muito potencial de crescimento. O déficit habitacional neste segmento ainda é grande. Se projetarmos o crescimento atual para o futuro, temos espaço para mais algumas décadas de demanda", prevê Pizzo.

 

 

CEARÁ

 

Líder do setor de imóveis econômicos no País, a MRV analisa positivamente o mercado imobiliário cearense. A empresa chegou ao Estado em 2008 e classifica a Capital como um dos grandes e importantes mercados da construtora, pelo seu porte econômico e demográfico.  "Esse mercado chega a ser ainda mais interessante no Ceará, onde estamos praticamente sozinhos em nosso segmento. A maior parte de nossos compradores adquirem nossos produtos para moradia, mas também temos um volume considerável de compradores investidores", afirma Pizzo.

 

Para ele, o desafio de atuar nesta fatia do mercado é constante, onde o produto tem que ser cada vez mais competitivo, sempre agregando na relação custo-benefício para o cliente. "Temos 19 produtos no programa MCMV no Ceará, nos bairros da Água Fria, Luciano Cavalcante, Maraponga, Messejana, Parangaba, Dias Macedo, Mondubim e, inclusive, em Maracanaú, na Região Metropolitana", enumera Pizzo.