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Consórcio é indicado só para retorno a longo prazo

Investidores podem demorar mais de 16 anos para receber seus imóveis.
 
Aprovação de crédito para alavancar novos investimentos é mais fácil na modalidade, aponta consorciado
 
Aplicar em imóveis por consórcio é uma alternativa para quem pode esperar retorno no longo prazo. O tempo para que a carta de crédito seja contemplada e se possa alugar ou revender o imóvel pode superar 16 anos.
 
A modalidade é uma opção para quem quer contar com o ativo físico e, portanto, descarta fundos imobiliários, mas não tem recursos para a compra imediata.
 
"Costumo dizer que o consórcio é para a pessoa que foi picada pelo planejamento financeiro", afirma Paulo Rossi, presidente da Abac (associação de empresas do setor).
 
Segundo pesquisa da entidade, 31% dos consorciados encaram a modalidade como um investimento a longo prazo. "É um bem para o futuro, para a aposentadoria."
 
Apesar de o financiamento permitir que o investidor usufrua imediatamente do bem, o custo final pode ser maior que o de um consórcio.
 
Simulação da Caixa Consórcios mostra que um apartamento de R$ 400 mil adquirido em consórcio de dez anos custará 35% menos que um financiado no mesmo prazo.
 
O cálculo considera o tempo total do contrato --não leva em conta a possibilidade de pagamento antecipado do financiamento, com amortização de juros futuros.
 
Para o investidor, que, em geral, tem menos urgência que o comprador que busca um imóvel para morar, o consórcio pode ser vantajoso.
 
Diferentemente do que acontece no financiamento bancário, o consórcio não costuma impor restrições em relação ao número de contratos de que a pessoa participa.
 
"O consorciado não é visto como devedor, mas como um poupador", diz Rossi.
 
LANCES
 
O limite maior de crédito foi um dos principais motivos que levaram o ginecologista Mauro Grynszpan, 53 anos, a optar pelo consórcio.
 
Ele iniciou seus investimentos pela modalidade há dez anos. Hoje, aluga 15 imóveis comerciais e investe em unidades na faixa de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões.
 
Reservar recursos para os lances é fundamental em sua estratégia. "Pagando de 38% a 40% do valor da carta de crédito consigo ser premiado nos primeiros meses."
 
Para um imóvel de R$ 1 milhão, por exemplo, Grynszpan oferece no início do contrato uma soma de R$ 400 mil. O aluguel é fixado entre 0,8% e 1% do valor do imóvel. "Uma renda de R$ 8.000 ao mês me permite quitar as prestações restantes do consórcio", afirma o médico.
 
"É um valor muito superior às taxas de administração diluídas ao longo do contrato e ainda há a valorização do imóvel, que pode chegar a dobrar de preço em três anos", acrescenta.
 
O custo de consórcios nos últimos anos não tem caído tanto quanto os dos financiamentos.
 
Segundo o Canal do Crédito, site de comparação de taxas bancárias, os juros efetivos dos financiamentos baixaram de 10,5% ao ano em 2008 para 8,5% ao ano hoje.
 
Já os consórcios reduziram as taxas efetivas de 1,7% ao ano para 1,4% ao ano no mesmo período, de acordo com a Abac, em parte pelo aumento do prazo dos contratos.
 
Notícia de Folha de S.Paulo – Especial - Thiago Santos

Data: 30/07/2013

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